Segundo estudo divulgado pelo Jornal da USP, a doença
de Crohn cresce 12% ao ano no Brasil. A divulgação de informações sobre o
assunto é fundamental para derrubar estigmas e ajudar os pacientes a entender
como ter uma melhor qualidade de vida mesmo após o diagnóstico.
Neste artigo,
entenda o que é essa condição, quais são suas causas e fatores de risco e o que
pode ser feito para lidar com a doença e manter o bem-estar.
A doença de
Crohn é um problema inflamatório crônico que afeta o sistema digestivo,
especialmente o intestino delgado e o cólon. Ela faz com que o corpo ataque o
próprio trato gastrointestinal, como se estivesse se defendendo de uma ameaça,
o que causa inflamação, dor e outros sintomas desconfortáveis.
Ela faz parte
das doenças inflamatórias intestinais e podem
impactar diferentes partes do trato intestinal, variando de pessoa para pessoa.
Por ser uma doença de longo prazo, ela exige atenção contínua e acompanhamento
médico.
É importante
dizer que a condição pode passar por períodos de atividade e outros em que os
sintomas ficam mais leves ou ausentes. Por conta disso, o impacto na rotina
varia bastante, sendo relacionado também aos hábitos alimentares e ao estilo de
vida do paciente de maneira geral.
Mesmo sendo uma
condição que não tem cura, muitas pessoas convivem com ela de forma
equilibrada, ajustando o dia a dia conforme necessário. Esse acompanhamento
adequado permite manter uma boa qualidade de vida e adaptar a rotina.
QUAIS SÃO AS CAUSAS E FATORES DE
RISCO PARA A DOENÇA DE CROHN?
Agora que você já
entendeu o que é essa doença, veja quais são as principais causas e fatores de
risco para desenvolvê-la.
FATORES GENÉTICOS
A genética tem
um papel importante no desenvolvimento da doença de Crohn, pois se alguém na
família tem a condição, a chance de outras pessoas também desenvolverem
aumentam.
RESPOSTA AUTOIMUNE
Nosso sistema
imunológico está sempre trabalhando para nos proteger de vírus e bactérias, mas
no caso da doença de Crohn, ele acaba atacando por engano parte do trato
digestivo, causando inflamação.
Ainda não se
sabe exatamente porque isso acontece, mas acredita-se que seja uma resposta
desregulada do organismo.
AMBIENTE E ESTILO DE VIDA
Alguns fatores
externos também podem influenciar: alimentação, estresse, tabagismo e até infecções
intestinais frequentes podem contribuir para desencadear ou agravar a doença.
Além disso,
morar em áreas urbanizadas de maior industrialização parece estar relacionado
ao aumento dos casos, o que sugere que a poluição e os hábitos modernos podem
ter impacto.
A doença de
Crohn apresenta alguns sintomas característicos que vale a pena ficar de olho.
Conheça os principais deles abaixo.
DOR ABDOMINAL E CÓLICAS
As inflamações
no trato digestivo causadas pela doença acabam resultando em dores e cólicas
abdominais. Sua intensidade varia, podendo ser leves ou mais intensas, a
depender da fase da doença.
DIARREIA CRÔNICA
Os focos de inflamação no intestino delgado e no cólon prejudicam
a absorção de líquidos e nutrientes, além de acelerar o trânsito intestinal, o
que leva à diarreia. As alterações na microbiota também acabam levando à
evacuação frequente.
PERDA DE PESO INEXPLICÁVEL
Como o
intestino não absorve os nutrientes direito, muitas pessoas com Crohn acabam
perdendo peso sem motivo aparente. Mesmo que o paciente mantenha uma alimentação saudável, o organismo não consegue
aproveitar tudo o que precisa.
FADIGA E FRAQUEZA
A inflamação
constante e a dificuldade na absorção de nutrientes podem deixar a pessoa mais
cansada e sem energia, prejudicando o dia a dia.
SINTOMAS EXTRAINTESTINAIS
A doença de
Crohn não afeta apenas o intestino. Seus efeitos no organismo também podem
causar dores nas articulações, problemas
de pele e até inflamações nos olhos.
●
Leia também: 5 dicas que vão
ajudar nos cuidados com a pele
Se atentar aos
sintomas é apenas o primeiro passo para identificar a doença: é preciso
realizar alguns exames para confirmar a condição e iniciar o tratamento
adequado, lembrando que o diagnóstico precoce é fundamental para
melhorar o prognóstico.
ENDOSCOPIA E COLONOSCOPIA
Esses exames
são importantes para visualizar o trato digestivo por dentro. Enquanto a
endoscopia examina esôfago, estômago e início do intestino delgado, a
colonoscopia analisa o cólon e parte do intestino delgado.
Além disso, por
meio dessas abordagens também é possível coletar pequenas amostras de tecido
(biópsia) para análise.
EXAMES DE IMAGEM
Exames como
tomografia computadorizada e ressonância magnética também ajudam a identificar
inflamações, estreitamentos ou outras alterações do intestino. Esses exames são
úteis para avaliar a extensão da doença e descartar outras condições.
●
Leia também: Conheça o
serviço de diagnóstico por imagem da Unimed Campinas
Apesar da
doença de Crohn não ter cura, existem alguns tratamentos que podem ser feitos
para melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas pela condição.
MEDICAMENTOS
O tratamento da
doença de Crohn começa, geralmente, com a administração de medicamentos para
controlar a inflamação. Os imunossupressores diminuem atividades exageradas do
sistema imunológico.
Em alguns
casos, antibióticos também podem ser indicados para tratar infecções e
complicações.
Não existe uma
dieta única para todos os pacientes com Crohn, mas ajustes na alimentação podem
ajudar bastante, pois alguns alimentos podem piorar os sintomas, como os muito
gordurosos ou apimentados.
O ideal é procurar um nutricionista e realizar o
acompanhamento com esse profissional para adaptar a dieta conforme a
necessidade.
CIRURGIA (EM CASOS MAIS
GRAVES)
Em situações
mais complicadas, quando os medicamentos não são suficientes, a cirurgia pode
ser necessária. O procedimento pode envolver a remoção de partes do intestino
muito afetadas ou tratamento de complicações como obstruções.
O mais
importante é saber que o acompanhamento contínuo é fundamental para manter a
qualidade de vida. A doença de Crohn é crônica, ou seja, exige atenção
frequente: consultas regulares com o gastroenterologista são importantes para
ajustar o tratamento, monitorar a inflamação e evitar complicações.
Mesmo quando os
sintomas estão controlados, é importante seguir as orientações médicas para
manter a qualidade de vida.
Conviver com
uma condição como essa pode ser desafiador, tanto fisicamente quanto
emocionalmente. Por isso, buscar apoio psicológico, conversar com outras
pessoas que também têm a doença e compartilhar experiências faz toda a
diferença.
Lembre-se que o
estresse também pode influenciar os sintomas, então cuidar da saúde mental é
tão importante quanto o tratamento físico.
Além disso,
pequenos hábitos podem ajudar a evitar crises, como manter uma alimentação
equilibrada, evitar gatilhos alimentares, praticar exercícios leves e dormir
bem. Quer saber mais sobre isso? Então baixe o guia para cuidar da saúde e manter o equilíbrio
em sua vida.