O autismo é um transtorno do desenvolvimento que afeta a
maneira como uma pessoa percebe o mundo e interage com os outros. Reconhecer os
sinais precoces do autismo é fundamental para garantir intervenções adequadas e
apoio necessário desde cedo. Compreender esses sinais pode fazer uma grande
diferença no desenvolvimento e na qualidade de vida das crianças, adolescentes
e adultos com o transtorno.
QUAIS
SÃO OS PRINCIPAIS SINAIS DE AUTISMO?
Identificar os sinais de autismo pode ser um desafio, pois
eles podem variar de pessoa para pessoa e se manifestar de maneira diferente em
cada caso. No entanto, existem alguns padrões comuns que os pais, cuidadores e
profissionais de saúde podem observar.
Aqui estão alguns dos sinais mais frequentemente
associados ao autismo:
DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO
Crianças com autismo podem apresentar atrasos no
desenvolvimento da linguagem ou até mesmo não desenvolver linguagem verbal.
Eles podem ter dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, usar a linguagem
de forma repetitiva ou não compreender o significado de palavras ou expressões;
DIFICULDADES NA INTERAÇÃO SOCIAL
Um dos sinais de autismo mais marcantes é a dificuldade em
estabelecer e manter relacionamentos sociais. As crianças autistas podem
parecer distantes, não responder aos outros ou evitar o contato visual. Elas
podem não entender as sutilezas da comunicação não verbal, como expressões
faciais e gestos;
PADRÕES DE COMPORTAMENTO REPETITIVOS
Comportamentos repetitivos e estereotipados são comuns em
pessoas com autismo. Isso pode incluir movimentos motores repetitivos, como
balançar o corpo ou bater as mãos, bem como padrões fixos de comportamento ou
interesses intensos e focados em determinados objetos ou assuntos;
SENSIBILIDADES SENSORIAIS
Muitas pessoas com autismo são sensíveis a estímulos
sensoriais, como luzes brilhantes, ruídos altos, texturas de alimentos ou
etiquetas de roupas. Essas sensibilidades podem causar desconforto
significativo e levar a reações intensas ou até mesmo explosões emocionais.
OS
DIFERENTES TIPOS DE AUTISMO
O autismo é um espectro, o que significa que existem
diferentes variações na condição, e cada pessoa diagnosticada pode vivenciar o
autismo de maneira única.
De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, Quinta Edição), o autismo é descrito como Transtorno do
Espectro Autista (TEA) e classificado em
Aqui estão a descrição de cada nível:
NÍVEL 1: REQUER SUPORTE
Indivíduos no nível 1 apresentam dificuldades leves nas
interações sociais, comunicação e comportamento. Eles geralmente conseguem
falar e se comunicar, mas enfrentam problemas em iniciar interações sociais e
manter reciprocidade nas relações. Podem ter interesses específicos e
atividades repetitivas que interferem no funcionamento diário.
Este nível requer suporte para o desenvolvimento de
habilidades sociais e de comunicação, além de assistência para lidar com a
inflexibilidade comportamental.
NÍVEL 2: REQUER SUPORTE SUBSTANCIAL
Pessoas classificadas no nível 2 do TEA têm dificuldades
mais marcantes na comunicação social e comportamentos restritos e repetitivos,
o que afeta significativamente suas atividades diárias. Elas muitas vezes
apresentam uma capacidade limitada de iniciar e manter conversas, além de uma
notável inflexibilidade de comportamento.
A adaptação a mudanças pode ser difícil, requerendo
suporte substancial para habilidades sociais e de comunicação, bem como
intervenções para reduzir comportamentos repetitivos e fornecer estruturas e
rotinas.
NÍVEL 3: REQUER SUPORTE MUITO SUBSTANCIAL
O nível 3 é caracterizado por desafios severos na
comunicação social e comportamentos altamente restritivos e repetitivos.
Indivíduos neste nível frequentemente exibem pouca capacidade de comunicação
verbal e não verbal, dificuldades significativas em mudar o foco ou ação, e
podem ser profundamente perturbados por mudanças na rotina.
Eles necessitam de suporte muito substancial, incluindo
intervenções intensivas para desenvolvimento de habilidades de comunicação e
adaptação a novas rotinas, e manejo de comportamentos restritivos e
repetitivos.
COMO
O AUTISMO É DIAGNOSTICADO?
Dar um diagnóstico pode ser um processo complexo,
como é no caso do autismo. Geralmente, envolve uma equipe multidisciplinar de
profissionais de saúde, incluindo neuropediatras, psiquiatras, psicólogos e
terapeutas especializados em transtornos do espectro autista.
Não há um único teste ou exame que possa diagnosticar o
autismo; em vez disso, o diagnóstico clínico é baseado na observação do
comportamento da criança e no histórico de desenvolvimento.
Existem vários exames e avaliações que podem ser
utilizados para auxiliar no diagnóstico do autismo:
●
avaliação comportamental e de desenvolvimento: esta avaliação envolve
observar o comportamento da criança em diferentes situações e interações
sociais. Os profissionais podem usar escalas de avaliação padronizadas para
ajudar a identificar padrões de comportamento associados ao autismo;
●
avaliações de fala e linguagem: como dificuldades na comunicação são uma
característica comum do autismo, avaliações específicas da linguagem podem ser
realizadas para avaliar o desenvolvimento da fala, compreensão verbal e uso da
linguagem;
Além disso, os profissionais de saúde também irão
considerar o histórico médico da criança, incluindo informações sobre seu
desenvolvimento desde o nascimento, comportamentos observados em casa e na
escola, e quaisquer preocupações relatadas pelos pais ou cuidadores.
Reconhecer os sinais de autismo é crucial para garantir
intervenções precoces e apoio adequado às pessoas com o diagnóstico. Se você
suspeita que seu filho ou alguém próximo possa estar apresentando sinais de
autismo, é importante buscar orientação profissional.
A Nova Unidade de Autismo da Unimed Campinas oferece suporte, informações e recursos para famílias e indivíduos afetados pelo autismo. Não hesite em procurar ajuda e fazer parte desse processo de compreensão e apoio. Juntos, podemos fazer a diferença na vida das pessoas com autismo.