Você provavelmente tem ouvido falar mais sobre autismo nos últimos anos, certo? O Transtorno do Espectro Autista, conhecido também pela sua sigla, TEA, é uma condição de desenvolvimento que, felizmente, tem ganhado cada vez mais visibilidade, tanto no campo científico quanto na sociedade em geral.
Essa maior propagação do assunto é fundamental para disseminar mais informações, quebrar tabus e facilitar o diagnóstico das milhões de pessoas ao redor do mundo que estão dentro do espectro.
Compreender as características, desafios e potencialidades é muito importante para diminuir as dúvidas e preconceitos que existem ao redor do tema.
Neste artigo, você vai encontrar uma visão completa e atualizada sobre o assunto. Mais do que informar, o objetivo é contribuir para um entendimento mais humano e respeitoso sobre o autismo, promovendo conhecimento que ajuda a combater estigmas e a construir uma sociedade mais inclusiva. Boa leitura!
ENTENDA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
O TEA é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, uma condição que afeta o desenvolvimento cerebral, impactando a forma como a pessoa percebe o mundo, se comunica e interage socialmente. Está descrito em manuais médicos de referência como DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e a CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, da Organização Mundial da Saúde).
O termo "espectro" é fundamental para entender essa condição, visto que ele indica que não existe um único tipo de TEA, e sim diferentes formas e intensidades de manifestação.
Enquanto algumas pessoas podem apresentar sinais mais sutis, conseguindo alcançar um excelente nível de autonomia, outras necessitam de apoio substancial em diversas áreas da vida. Essa variabilidade é tão ampla que por isso se costuma dizer que existem "vários tipos de autismo".
Atualmente, esses "tipos" são divididos, na verdade, em três grandes grupos, chamados de níveis de suporte.
ENTENDA OS NÍVEIS DE SUPORTE DO TEA
O DSM-5 organiza o Transtorno do Espectro Autista em três níveis de suporte que não definem inteligência ou capacidade, mas sim o quanto a pessoa precisa de apoio no dia a dia.
NÍVEL 1 DE SUPORTE
A pessoa apresenta dificuldades em iniciar interações sociais e pode ter comportamento restritivos que atrapalham sua rotina. Com suporte adequado, no entanto, consegue desenvolver uma boa autonomia.
NÍVEL 2 DE SUPORTE
As pessoas que se enquadram no nível 2 apresentam dificuldades mais visíveis na comunicação social, mesmo que com apoio.
Costumam apresentar, também, comportamentos repetitivos e interesses mais restritos, o que interfere significativamente em suas atividades.
NÍVEL 3 DE SUPORTE
Quem se enquadra no nível 3 de suporte apresenta comprometimento grave na comunicação e na interação social e comportamentos restritivos intensos que dificultam bastante a adaptação.
Por isso, necessitam de constante suporte para as atividades cotidianas.
Tendo tudo isso em vista, é importante, ainda, destacar que o TEA não está relacionado a uma doença mental nem a um déficit de inteligência. Algumas pessoas dentro do espectro apresentam deficiência intelectual associada, enquanto outras têm inteligência dentro ou até acima da média.
O que caracteriza o TEA é a forma singular de funcionamento neurológico e comportamental, não uma limitação única ou padronizada.
Compreender o autismo a partir dessa perspectiva é fundamental para que se possa entender e valorizar a neurodiversidade, conceito que reconhece a existência de diferentes modos de funcionamento cerebral e reforça a importância de respeitar e incluir essas diferenças na sociedade.
TEA X SÍNDROME DE ASPERGER: ENTENDA
Muitas pessoas ainda se referem ao TEA como Síndrome de Asperger, mas é importante explicar que, oficialmente, essa denominação não é mais utilizada.
Até a publicação do DSM-5, em 2013, a chamada Síndrome de Asperger era considerada um diagnóstico separado dentro dos transtornos do desenvolvimento. Ela era atribuída a pessoas que apresentavam dificuldades de interação social e padrões de comportamento repetitivos, mas sem atraso significativo na linguagem ou no desenvolvimento cognitivo.
No entanto, com o avanço dos estudos, ficou claro que essas características não representavam uma condição distinta, mas sim uma variação dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).Por isso, o termo “Síndrome de Asperger” deixou de ser usado oficialmente, sendo substituído pela classificação única de TEA, que abrange diferentes níveis de suporte e manifestações. Assim, evita-se fragmentar o diagnóstico e reconhece-se a diversidade de perfis dentro do espectro.
CONHEÇA AS CAUSAS E FATORES DE RISCO DO TEA
As causas exatas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda não são totalmente conhecidas. O que os estudos científicos já demonstraram é que o autismo resulta de uma combinação de fatores genéticos e neurobiológicos, que influenciam o desenvolvimento cerebral e o modo como as conexões neurais se organizam.
Diversos genes associados ao TEA já foram identificados, mas não existe um único “gene do autismo”. Em muitos casos, o diagnóstico está relacionado à interação entre predisposição genética e condições ambientais que afetam o desenvolvimento neurológico. Esses fatores, no entanto, não são determinantes isolados, apenas aumentam a probabilidade de ocorrência.
É igualmente importante destacar o que a ciência já refutou: vacinas não causam autismo. Essa hipótese surgiu a partir de estudos já desmentidos e considerados antiéticos, mas ainda hoje gera desinformação. A ampla produção científica confirma a segurança das vacinas e a inexistência de relação causal com o TEA.
● Leia também: Guia da vacinação de crianças: conheça o Programa Nacional de Imunizações
Em resumo, o autismo não tem uma única causa identificável. O que se sabe é que ele envolve múltiplos fatores de risco interligados, reforçando a importância de pesquisas contínuas para compreender melhor o espectro e, assim, aprimorar estratégias de diagnóstico e intervenção precoce.
CONHEÇA OS PRINCIPAIS SINAIS DO TEA
Os sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem variar bastante de uma pessoa para outra, tanto em intensidade quanto na forma como se manifestam. Em geral, envolvem dificuldades na comunicação e interação social e padrões de comportamento restritivos ou repetitivos. Entre os sinais mais comuns, estão:
● dificuldade em iniciar ou manter conversas e interações sociais;
● pouco uso de expressões faciais ou contato visual limitado;
● preferência por rotinas rígidas e resistência a mudanças;
●
movimentos repetitivos (como balançar as mãos ou o
corpo).
interesses muito intensos e específicos em determinados temas;
● alterações sensoriais, como maior sensibilidade a sons, luzes, cheiros ou texturas.
É fundamental reforçar que esses sinais não se manifestam da mesma forma em todas as pessoas. Algumas apresentam sintomas mais sutis, enquanto outras podem ter sinais evidentes desde cedo. Além disso, ter uma ou mais dessas características não significa, por si só, que alguém esteja dentro do espectro.
Por isso, o diagnóstico correto só pode ser feito por profissionais especializados, a partir de uma avaliação clínica detalhada, que considera o histórico de desenvolvimento, observações do comportamento e, quando necessário, instrumentos específicos de triagem e análise.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO TEA?
O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é clínico, ou seja, não existe um exame laboratorial ou de imagem capaz de confirmar a condição. Ele é realizado a partir da observação do comportamento e da análise do histórico de desenvolvimento da criança ou adulto, levando em conta as características descritas nos manuais de referência, como o DSM-5 e a CID-11.
Esse processo deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir médicos (como neuropediatras e psiquiatras infantis), psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. São utilizados protocolos e instrumentos padronizados que ajudam a avaliar habilidades de comunicação, interação social e padrões de comportamento.
A avaliação precoce é fundamental, pois quanto antes o TEA é identificado, mais cedo é possível iniciar intervenções que favoreçam o desenvolvimento da criança e a adaptação da família. Ao mesmo tempo, é importante reforçar que o diagnóstico deve ser criterioso, já que características semelhantes podem estar presentes em outras condições do neurodesenvolvimento.
Por isso, a análise individualizada e feita por especialistas é indispensável para evitar erros e garantir um plano de acompanhamento adequado.
EXISTE TRATAMENTO PARA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA?
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) não tem cura, mas existem diversas formas de intervenção que ajudam a melhorar a qualidade de vida, a autonomia e a inclusão da pessoa no dia a dia. O objetivo não é “eliminar” o autismo, mas estimular o desenvolvimento das habilidades e reduzir as dificuldades que possam comprometer a rotina.
Entre as abordagens mais utilizadas e com maior evidência científica, estão:
● fonoaudiologia: essencial para trabalhar a comunicação verbal e não verbal, além das dificuldades relacionadas à linguagem;
● terapia ocupacional: foca no desenvolvimento da autonomia em atividades do dia a dia, além de lidar com questões sensoriais;
● psicoterapia: ajuda no manejo emocional e comportamental advindos da neurodivergência.
Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos, não para tratar o TEA em si, mas para reduzir sintomas associados, como ansiedade, hiperatividade, agressividade ou distúrbios do sono. A indicação deve sempre partir de um médico, dentro de um plano terapêutico individualizado.
● Leia também: Entenda a diferença entre psicólogo e psiquiatra
É importante destacar que não existe uma intervenção única para todas as pessoas dentro do espectro. Cada indivíduo tem necessidades próprias, que devem ser consideradas no momento de montar o plano de acompanhamento. O envolvimento da família, a constância das terapias e a integração entre profissionais fazem toda a diferença para que os resultados sejam efetivos.
INCLUSÃO E NEURODIVERSIDADE
A inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições do neurodesenvolvimento vai além da educação formal: trata-se de reconhecer, respeitar e valorizar a diversidade de funcionamento cerebral, conceito conhecido como neurodiversidade.
A ideia central é que diferenças neurológicas não devem ser vistas como “defeitos”, mas como variações naturais da condição humana, cada uma com seus desafios e potencialidades.
No contexto social, a inclusão envolve criar ambientes acessíveis e acolhedores, garantindo direitos iguais e participação plena, seja na escola, no trabalho ou na comunidade. Para facilitar a identificação e o respeito às necessidades individuais, nos últimos anos surgiram iniciativas como:
● o novo símbolo oficial de acessibilidade, criado para representar todas as pessoas com deficiência, incluindo aquelas com deficiências invisíveis. Ele substitui o tradicional ícone da cadeira de rodas, utilizado amplamente até então.
● cordão de girassóis, usado para identificar pessoas com deficiências invisíveis, como TEA. Esse recurso permite que familiares, profissionais e a sociedade em geral possam oferecer suporte adequado, sem expor ou estigmatizar o indivíduo.
Promover a inclusão e valorizar a neurodiversidade exige educação, conscientização e adaptação de ambientes. Estratégias simples, como ajustes no ritmo de aprendizado, comunicação clara, flexibilização de regras e respeito às particularidades, fazem grande diferença na vida de pessoas com TEA e contribuem para uma sociedade mais justa e acolhedora.
Compreender o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um passo essencial para construir uma sociedade mais inclusiva e respeitosa. Cada pessoa dentro do espectro apresenta características únicas, e reconhecer suas necessidades e potencialidades é fundamental para promover autonomia, bem-estar e qualidade de vida.
O diagnóstico precoce, as intervenções individualizadas e a valorização da neurodiversidade são estratégias-chave nesse processo.
A Unimed Campinas reforça seu compromisso com a promoção da saúde e da inclusão em todas as suas formas. Além de oferecer cuidado clínico, atua na disseminação de conhecimento confiável sobre temas relevantes, como o TEA, contribuindo para a conscientização da população e o fortalecimento de práticas inclusivas na comunidade.
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fiquei na dúvida se poderíamos usar o CTA para o Amplia. Nesse caso, o final ficaria assim:
A Unimed Campinas, comprometida com a promoção da saúde e da inclusão, oferece o AMPLIA, Clínica de Atendimento ao Autismo, dedicada ao cuidado e desenvolvimento integral de crianças diagnosticadas com TEA. A clínica conta com uma equipe multidisciplinar especializada e um ambiente acolhedor, projetado para atender às necessidades únicas de cada paciente e apoiar seu desenvolvimento de forma personalizada.
Para famílias que buscam apoio especializado e estratégias eficazes para o acompanhamento de crianças com TEA, o AMPLIA é uma referência confiável. Agende uma visita ou conheça mais sobre os serviços oferecidos e faça parte de uma rede de cuidado que prioriza o bem-estar e o desenvolvimento integral de cada criança.