A busca por bem-estar e a satisfação com o próprio corpo levam muitas mulheres a optar pelo implante de silicone. Contudo, nos últimos anos, um debate crescente sobre a segurança desses implantes tem ganhado força, principalmente com o surgimento de relatos sobre a chamada “doença do silicone”.
O tema tem despertado a atenção de pacientes e da comunidade médica, impulsionado por depoimentos de mulheres que associam uma série de sintomas de saúde à presença das próteses. Entender o que é a doença do silicone, seus possíveis sinais e os caminhos para diagnóstico e tratamento é fundamental para quem tem ou considera ter implantes mamários.
O QUE É A DOENÇA DO SILICONE?
A "doença do silicone", também conhecida internacionalmente como Breast Implant Illness (BII), não é, até o momento, uma doença oficialmente catalogada com um código diagnóstico específico. O termo é utilizado para descrever um conjunto de sintomas sistêmicos que afetam o corpo todo e são relatados por mulheres com próteses de silicone.
É importante diferenciar os sintomas atribuídos à doença do silicone das complicações locais já conhecidas e bem documentadas dos implantes, como:
contratura capsular (endurecimento da cápsula que se forma ao redor do implante);
ruptura ou vazamento da prótese;
infecções ou hematomas no pós-operatório.
Enquanto essas são questões focadas na região das mamas, a doença do silicone se refere a um quadro mais amplo de queixas que impactam a saúde de forma geral.
POSSÍVEIS SINTOMAS RELACIONADOS AO IMPLANTE MAMÁRIO
Os relatos de mulheres que vivenciam a doença do silicone incluem uma vasta gama de sintomas que podem variar em intensidade e combinação. Eles costumam ser agrupados em categorias:
SINTOMAS FÍSICOS MAIS RELATADOS
fadiga crônica e exaustão;
dores musculares e nas articulações;
queda de cabelo acentuada;
alterações na pele, como erupções cutâneas (rash) e ressecamento;
dificuldade para dormir e sono não reparador;
névoa mental (dificuldade de raciocínio e perda de memória);
olhos e boca secos;
calafrios e intolerância à temperatura.
SINTOMAS PSICOLÓGICOS E EMOCIONAIS
A saúde mental também pode ser afetada, muitas vezes como consequência do mal-estar físico constante. Entre os sintomas relatados estão:
ansiedade;
dificuldade de concentração;
ataques de pânico.
Esses sintomas podem impactar diretamente a qualidade de vida e a maneira como a pessoa se enxerga, afetando sua percepção corporal. O debate sobre a autoimagem é complexo e, em muitos casos, pode estar relacionado ao transtorno de imagem.
SINTOMAS AUTOIMUNES ASSOCIADOS
Em alguns casos, os sintomas se assemelham aos de doenças autoimunes, levando o corpo a atacar a si mesmo. Essa reação inflamatória crônica pode ser uma das bases da doença do silicone. Compreender o que são doenças autoimunes é um passo importante para entender a complexidade desses quadros.
FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA DO SILICONE
Ainda não há consenso científico sobre o que causa a doença do silicone, mas acredita-se que alguns fatores possam influenciar no aparecimento dos sintomas. Entre os possíveis fatores de risco estão:
histórico de doenças autoimunes: mulheres com histórico pessoal ou familiar de condições como lúpus, artrite reumatoide ou hipotireoidismo de Hashimoto podem ter maior predisposição;
predisposição genética: a genética pode desempenhar um papel na forma como o sistema imunológico reage a corpos estranhos, como um implante;
alergias: um histórico de alergias severas também pode ser um indicativo de um sistema imunológico mais reativo.
COMO A DOENÇA DO SILICONE É DIAGNOSTICADA?
Um dos maiores desafios para as pacientes é que não existe um exame específico para a doença do silicone. O diagnóstico é clínico e feito por exclusão. Isso significa que o médico precisa primeiro descartar todas as outras possíveis causas para os sintomas apresentados.
A avaliação médica detalhada é crucial. O profissional irá ouvir todo o histórico de sintomas da paciente, realizar um exame físico completo e solicitar exames de sangue e de imagem para investigar e descartar outras doenças, como problemas na tireoide, fibromialgia e condições reumáticas, entre outras.
Apenas quando outras condições são descartadas, e a única ligação comum entre os sintomas é a presença do implante de silicone, considera-se a hipótese da doença.
EXISTE TRATAMENTO PARA A DOENÇA DO SILICONE?
As condutas médicas atuais focam em duas frentes principais: o alívio dos sintomas e a remoção da causa suspeita. A principal opção de tratamento considerada é a retirada do implante, procedimento conhecido como explante de silicone.
Muitas mulheres relatam uma melhora significativa ou até a remissão completa dos sintomas após a cirurgia de explante de silicone, que geralmente inclui a remoção da cápsula que se forma ao redor da prótese (capsulectomia total).
Além da cirurgia, tratamentos complementares podem ser indicados para o alívio dos sintomas, como mudanças no estilo de vida, acompanhamento nutricional, fisioterapia e suporte psicológico para lidar com as transformações físicas e emocionais. Manter o bem-estar mental é um passo essencial, e buscar dicas para aumentar a autoestima pode ajudar nesse processo.
Se você possui implantes mamários e se identifica com os sintomas descritos, o passo mais importante é buscar um médico de confiança para uma avaliação completa.
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