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Varíola dos macacos: quais são os sintomas, transmissão e tratamento?

Em colaboração com: Dra. Silvia Penteado | Médica Infectologista

Viver com Saúde

Varíola dos macacos: quais são os sintomas, transmissão e tratamento?

Nos últimos meses, muita gente vem buscando saber mais sobre a varíola dos macacos. Afinal de contas, a mídia traz diariamente diferentes boletins informativos sobre o avanço dessa doença não só no Brasil, como também em outros países.

Por conta da experiência vivida com a última pandemia (de Covid-19), as pessoas querem se precaver sobre ela, aprendendo, por exemplo, como ocorrem as infecções, quais os riscos envolvidos e, em especial, quais as formas de tratamento e cura. O que é bastante compreensível, não é mesmo?

Com isso em mente, trouxemos um artigo bem explicativo sobre o assunto, elaborado a partir de uma entrevista com a Dra. Silvia Mara Sartorio Rigoletto Franco Penteado (CRM 71480-SP) — médica infectologista que compõe o quadro de profissionais da saúde da Unimed Campinas. Continue lendo e tire suas dúvidas sobre a varíola dos macacos!

O que é varíola dos macacos? 

Como destaca a nota técnica º 03/2022 emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a varíola dos macacos é uma zoonose. Ou seja, animais infectados podem contaminar tanto outros bichos quanto seres humanos. No entanto, aqui há um ponto interessante. Embora esteja chamando a atenção de uns tempos para cá, essa doença não é nova.

"Esse não é o primeiro surto de varíola dos macacos. Já tivemos outro semelhante a esse na década de 1970, nos Estados Unidos. O que acontece é que, ao longo do tempo, os casos se concentraram mais na África, mais especificamente no Congo e na Nigéria", explica a Dra. Silvia.

Desta vez, a globalização, os movimentos de migração, o retorno do turismo pós-pandemia de Covid-19, entre outros fatores, impulsionaram a expansão da enfermidade para outras regiões do mundo.

Outra informação bastante interessante compartilhada pela infectologista tem relação com o nome com o qual a doença foi batizada: varíola dos macacos.

"Apesar do nome da doença ser varíola dos macacos, a verdade é que o primata é tão vítima quanto a gente. Isso porque ele não tem o vírus no próprio organismo. Quem tem são os roedores que, por morderem ou arranharem os macacos, acabam infectando-os — e estes, por sua vez, transmitem aos humanos em situações de contato/interação", complementa a médica.

Qual é a diferença para a varíola comum? 

A varíola dos macacos e a varíola comum não são a mesma doença. De acordo com a médica infectologista, o vírus causador da varíola dos macacos (chamado de Monkeypox) é um vírus de DNA, da mesma família (Poxvirus) e gênero (Ortopoxvirus) do agente causador da varíola comum.

"Vale lembrar que a varíola tradicional foi erradicada em todo o mundo no final dos anos 1980. A Organização Mundial da Saúde, inclusive, orientou a descontinuidade da imunização da população depois desse marco. Assim, a geração mais nova não conta com essa imunização em sua caderneta de vacinação", explica a infectologista.

Mas e para quem chegou a tomar a dose de vacina da varíola comum, existe alguma proteção para a varíola dos macacos? A médica explica essa questão. Segundo ela, por serem vírus da mesma família, as pessoas que foram vacinadas nos anos 1980 contra a varíola acabam tendo alguma proteção, mesmo que pequena, contra a doença.

Como acontece a transmissão da varíola dos macacos?

Como reforça a Dra. Silvia, e é detalhado na nota técnica da Anvisa, a transmissão da varíola dos macacos acontece por contato com fluidos corporais, lesões de pele e/ou mucosa ou compartilhamento de objetos infectados com o vírus Monkeypox na superfície deles.

Além disso, embora seja possível notar uma maior prevalência de associação à transmissão da varíola dos macacos com a ocorrência de relações sexuais, Dra. Silvia destaca que a varíola dos macacos não é uma infecção sexualmente transmissível (IST).

"Ela é uma doença de contato. O que acontece é que, durante a relação sexual, o casal acaba tendo justamente esse contato — que não só é íntimo, como também prolongado — com áreas do corpo que estão com as lesões. Isso sem falar, é claro, da exposição aos fluídos corporais do(a) parceiro(a)", pontua.

Quais são os sintomas da varíola dos macacos?

Os sintomas da varíola dos macacos, descrito no documento disponibilizado pela Anvisa, incluem febre, dores (de cabeça e nas costas), gânglios inchados (popularmente conhecidos como ínguas), baixa disposição e erupções cutâneas (como feridas e bolhas).

"Um ponto de destaque é que essas lesões na pele são muito parecidas entre si, sempre aparecendo e desaparecendo juntas. Isso porque a evolução delas é de forma linear. Além disso, é comum que, no início, ocorra coceira nelas. Já a duração do quadro de sintomas da doença varia entre duas a quatro semanas", esclarece.

A varíola dos macacos pode matar?

"Se a pessoa for mais debilitada do ponto de vista imunológico, há maior possibilidade de evoluir para uma forma mais grave da doença. Diante disso, há, sim, um risco maior de mortalidade", aponta a Dra. Silvia.

A nota técnica da Anvisa, por sua vez, traz um estimativa atual sobre a letalidade da doença. Na atualidade, ela está aproximadamente em 3%.

É importante destacar ainda que, diferente da Covid-19, para a varíola dos macacos não existe grupo de risco. "Toda e qualquer pessoa é suscetível a contrair a doença, desde que se tenha contato com quem está infectado", explica a médica infectologista.

Como é feito o diagnóstico e como é o tratamento?

O diagnóstico é feito sempre com apoio médico. Por isso, em caso de suspeita, a recomendação é de procurar um serviço de saúde, como o de hospitais e pronto-socorro. Isso é importante não só para o tratamento adequado, mas para que você tenha as devidas orientações sobre exames a serem feitos e procedimentos para isolamento.

"Como se trata de uma doença viral, não há um tratamento específico contra o vírus Monkeypox. Há os cuidados com a manifestação do quadro de sintomas, como tomar remédio antitérmico para febre e antibióticos para as complicações referentes às lesões", destaca a médica infectologista.

Quais são as formas de prevenção?

Entre as formas de prevenção apontadas pela Dra. Silvia estão o uso de máscara e higienizar as mãos. "Hábitos que aprendemos com a pandemia de Covid-19 e que devem permanecer", ela complementa.

Como você viu, a informação — que você obteve aqui, no blog da Unimed Campinas — é fundamental não só para ajudar na correta identificação da varíola dos macacos, mas para evitar notícias falsas e ondas de pânico relacionadas à doença. Além disso, por meio da informação, você aumenta a sua proteção e ajuda outras pessoas expandirem os hábitos de prevenção contra o Monkeypox.

Gostou de se informar mais sobre o assunto? Pois aproveite para conferir como funciona a telemedicina e como ela pode ser uma grande aliada do no acompanhamento e tratamento da varíola dos macacos!


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