Segundo a Organização
Mundial da Saúde, o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. Há
inúmeros malefícios causados por esse hábito, como o desenvolvimento do câncer
e os danos aos sistemas cardiovascular e respiratório. Mesmo diante de
alarmantes estatísticas, a prevenção do tabagismo continua sendo um desafio,
tanto para os órgãos de saúde quanto para as empresas.
Por ser uma prática
lícita, pessoas jurídicas não têm autonomia para proibir o ato em suas
dependências, restando apenas restringir o espaço destinado aos fumantes, de
modo que não convertam os demais profissionais em fumantes passivos.
Medidas de
conscientização são bem-vindas e encorajadas, visto que também é papel dos
empregadores atuar em prol da qualidade de vida de quem empregam. Descubra como
incorporar essa prática no dia a dia da empresa!
Qual a
importância da prevenção do tabagismo?
É esperado que alguém
que fuma saiba que o hábito faz mal. Todavia, dificilmente, ele conhece dados
específicos sobre o tema, bem como as consequências que pode trazer a médio ou
longo prazo, sem falar nos benefícios de deixar a dependência.
Portanto, entendemos
que a prevenção do tabagismo na adolescência é o primeiro passo e a
conscientização continua até a vida adulta, nos ambientes profissionais e
sociais.
À medida que as
pessoas se informam e aprendem sobre determinado assunto, elas têm mais
autonomia para agir e falar a respeito, inclusive quando é necessário tomar uma
decisão difícil.
É essencial divulgar
sobre como o tabaco e as demais substâncias nocivas presentes no cigarro são
capazes de adoecer o organismo, impactando a longevidade e a qualidade de vida. Não apenas de si, mas também daqueles com
quem se convive, como colegas de trabalho e familiares.
Para as empresas, a
prevenção não é apenas uma questão social, mas financeira. Para se ter uma
ideia, nos Estados Unidos, desde 2008, muitas companhias excluem candidatos fumantes de
seus processos seletivos.
Uma pesquisa feita
pela Universidade de Ohio constatou que os usuários de nicotina custam US$ 5
mil a mais aos seus contratantes. As despesas estão relacionadas,
principalmente, a despesas médicas e absenteísmo.
No Brasil, esse tipo
de prática antitabagista não entra em vigor devido ao seu caráter
discriminatório. Seria o equivalente a desconsiderar hipertensos ou diabéticos,
por exemplo.
No entanto, de maneira
informal e de acordo com o segmento ou atividade de trabalho, uma empresa pode,
sim, dar preferência a candidatos que não sejam fumantes.
Quais as ações de
prevenção do tabagismo nas empresas?
Após a contratação, o
empregador pode criar políticas internas a fim de reduzir a prática, não apenas
em suas dependências, mas agindo em favor da saúde do colaborador, ajudando-o a
se livrar do vício. O primeiro passo é a conscientização.
Realização de
campanhas de conscientização
A Semana Interna de
Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT) é uma oportunidade para tocar no
assunto de prevenção do tabagismo. Sabe-se que nesse período são abordados
diversos temas relacionados à saúde e segurança do trabalho — e o hábito de
fumar pode ser um deles.
Em algumas atividades,
a abstinência e a ansiedade ocasionadas por não poder fumar pode levar o
funcionário a ter dificuldade para se concentrar e, consequentemente,
prejudicar sua produtividade e bem-estar, o que pode favorecer um acidente.
As campanhas devem
focar nos malefícios proporcionados pelo tabaco, não apenas a longo prazo, mas
também a curto, reforçando que cada dia que se fuma, é um dia de negligência
pela própria saúde.
Incentivo para a
prática de atividades físicas
Geralmente, tabagismo e sedentarismo andam juntos, por isso o
exercício físico é encorajado quando a pessoa decide parar de fumar. À medida que ela dedica seu tempo e esforço a
ações que geram mais saúde e ânimo, a abstinência é reduzida, inversamente
proporcional às sensações de bem-estar geradas pela atividade física.
Para isso, a empresa
pode ter ginástica laboral durante o expediente e fechar parcerias com
instituições do entorno, como academias e espaços de prática de esporte.
Apoio à saúde
mental
Abandonar uma
dependência não é fácil. Quanto mais apoio o colaborador tiver em seu ambiente
de trabalho, melhor para fortalecer sua decisão. Se a empresa tiver
profissionais de psicologia no quadro, eles devem estar preparados para lidar
com esses funcionários, ainda mais se passarem por uma crise, sabendo como
orientá-los e tranquilizá-los.
Proporcionar um bom
plano de saúde também ajuda, amparando a saúde mental e a física. Fumantes mais
antigos tendem a apresentar problemas de saúde e precisam desse tipo de
assistência. Um serviço privado vai garantir um atendimento mais rápido e
eficiente, além de uma cobertura ampla caso precise de exames ou internação.
Quais os fatores
de risco para o tabagismo?
Os principais fatores
de risco para o tabagismo começam pelo câncer. Ele é responsável por quase 100% dos casos da
doença quando ela atinge os pulmões, os principais prejudicados pela prática.
Mas não apenas eles: a
dependência favorece o aparecimento de câncer na boca, no esôfago, na bexiga e
em outros locais, além de aumentar as chances de surgirem tumores com impacto
menor.
O segundo fator mais
alarmante é sobre as doenças cardiovasculares. Fumar aumenta as chances de um
Acidente Vascular Cerebral, bem como de infarto. Isso é explicado pela mudança
na estrutura e função arterial causada pela toxicidade das substâncias presentes
no cigarro.
As possibilidades são
ainda mais alarmantes para as mulheres, principalmente se também usarem pílulas
anticoncepcionais, que influenciam a circulação sanguínea.
Um problema contra o
qual as empresas também podem ajudar, e que está diretamente associado ao
consumo do tabaco, é o transtorno de ansiedade. Muitas pessoas fumam por causa
dessa condição, relacionando o hábito de fumar a redução de pensamentos
angustiantes sobre o futuro ou problemas cotidianos.
Assim, além de
prevenção do tabagismo, é positivo que as organizações foquem na saúde mental
de seus empregados, atentando a como podem ajudar suas equipes a sobrecarregar
menos o aspecto mental e proporcionar mais qualidade de vida.
É válido lembrar que
os investimentos direcionados a esse cuidado, como a disposição de um plano de
saúde, também trazem retorno para o negócio, que ganha mais produtividade e
engajamento de seus funcionários.
Além do plano de
saúde, existem muitas outras práticas que podem ser adotadas para preservação
da saúde. Veja outros conteúdos interessantes em nosso blog!
Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.