O tabagismo passivo é
a inalação da fumaça de derivados do tabaco como cigarro, charuto, cigarrilhas,
cachimbo, narguilé e outros produtores de fumaça. Quem mora com um fumante ou
frequenta os mesmos ambientes que ele está sujeito a inalar a fumaça, que contém
milhares de substâncias tóxicas e cujas consequências à saúde são agressivas
para a saúde. O fumante deve ter conhecimento de que a fumaça do seu cigarro ou
de outro produto derivado do tabaco pode causar doenças em pessoas que convivem
em casa, no trabalho e demais espaços de convívio social que não existe nível
seguro de exposição à fumaça. A essa
pessoa damos o nome de fumante passivo.
Ainda que não fume
diretamente nem aprecie o hábito, ele sofre com as desvantagens, como se fosse
um dependente. Ser fumante passivo também pode causar doenças graves, como o
câncer de pulmão, câncer de diversos tipos e doenças cardiovasculares.
Se você se encaixa
nessa descrição, cuidado! Leia este conteúdo e entenda melhor os riscos para o
fumante passivo. Confira!
O que é fumante
passivo?
Quem convive ou já
esteve em um ambiente fechado com um fumante provavelmente sentiu vontade de
tossir, irritação nos olhos, coriza e até náuseas. Se tiver alguma doença
respiratória, é possível que os sintomas tenham sido ainda mais intensos.
Isso se deve ao fato
de que 2/3 da fumaça gerada pelo consumo
do cigarro é lançada ao ambiente, desfavorecendo quem está presente, sendo
levado a inalá-la, conduzindo mais de 40 substâncias cancerígenas e outras
centenas de tóxicos para dentro do organismo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo
o mundo, e a poluição tabagística ambiental está em terceiro lugar.
Quais são os
riscos para os fumantes passivos?
Estima-se que um
fumante passivo inala o equivalente ao consumo de quatro cigarros por dia. Os
riscos disso variam de acordo com a idade da pessoa, sendo mais graves em bebês
e crianças.
Riscos para bebês
Quando a mãe fuma
durante a gestação, é como se o bebê também fumasse. Ele é
exposto à fumaça dentro do útero, portanto, existe um aumento de monóxido de
carbono em seu sangue.
Isso faz com que ele
receba menos oxigênio, logo, há maior
probabilidade de nascer com problemas respiratórios. Além disso, o bebê,
quando exposto às substâncias contidas no cigarro, pode nascer prematuramente,
com baixo peso ou até mesmo correr o risco de morte.
Riscos para
crianças
As crianças são mais
vulneráveis à fumaça, porque suas vias aéreas são diferentes fisiologicamente
comparadas aos adultos. 24% das que chegam à emergência pediátrica com
alguma condição respiratória apresentam cotinina na urina, que é uma substância
derivada da nicotina.
Quando convivem com
pais que fumam, podem apresentar
resfriados frequentes, rinite, pneumonia, asma,
bronquite e infecções no ouvido.
Sem mencionar que, assistindo à prática dentro de casa, é provável que ela a
leve para o futuro, tornando-se fumante, dessa vez não mais de forma passiva,
na adolescência ou vida adulta.
Riscos para
adultos
Os riscos para os
fumantes passivos são os mesmos para um fumante convencional, principalmente
quando existe uma convivência de longo prazo. A princípio, é comum que a fumaça
apenas irrite as narinas, provocando coriza e tosse.
Porém, com o tempo,
ameaças mais graves podem surgir, como enfisema pulmonar, bronquite crônica e,
claro, os mais diversos tipos de câncer, como o de pulmão e de faringe. Nas mulheres,
o uso do cigarro pode afetar os níveis e concentração de estrogênio, diminuindo
a absorção de cálcio e a densidade mineral óssea, aumentando os riscos de
osteoporose e de fraturas, além de reduz a taxa de fertilidade, comprometendo a
qualidade da função reprodutiva.
Vale destacar que,
embora o tabagismo seja mais relacionado ao cigarro, o tabaco está presente de
outras formas, como nos charutos, no cigarro eletrônico (Vape), em cachimbos e narguilés, que são igualmente
prejudiciais.
Como evitar o
fumo passivo?
Não existe um nível
seguro de exposição à fumaça. Por isso, se você convive com quem sofre dessa
dependência, é necessário conversar com a pessoa, expondo os malefícios. A
escolha de fumar é pessoal, mas quando se tem familiares, colegas e amigos
sendo atingidos pelo hábito, é preciso repensá-lo.
Em 2014, entrou em
vigor a Lei Antifumo, que
passou a proibir o ato de fumar em ambientes fechados, sejam públicos ou privados. A mesma lei
extinguiu os fumódromos e eliminou a propaganda comercial dos cigarros,
permitindo apenas que fosse feita a exposição dos produtos, com o devido
destaque para suas consequências.
Desde então, fumar se
tornou permitido apenas em áreas específicas ou ar livre, como parques, praças
e vias públicas. A medida, que tramitava desde 2011, busca, além de coibir a
prática, ajudar os fumantes passivos, que, em parte, se sentem desrespeitados e
prejudicados pela inalação da fumaça tóxica.
Como cuidar das
pessoas próximas?
Abandonar a dependência por quem ama é uma prova de amor. Como
qualquer vício, não é fácil se desfazer do tabaco, mas é algo que só traz
retorno positivo, especialmente para quem o consome. Contudo, se deixá-lo não é
uma opção, as medidas a serem tomadas para cuidar das pessoas próximas são as
seguintes.
Não fume dentro
de casa
Mesmo a casa sendo um
espaço de comodidade, é nela que se deve evitar o fumo, devido à concentração
de familiares. Trata-se de um ambiente fechado. Ainda que se fume no banheiro
ou em um cômodo com janelas, é impossível
evitar que a fumaça se espalhe para outras partes da residência. Então,
recomendamos a cessação ao tabagismo.
Não fume dentro
do carro
O carro também se
torna um ambiente fechado, mesmo que esteja com as janelas abertas. Sendo
assim, é o mesmo problema da casa. Pela proximidade com as pessoas que estão
trafegando, elas serão obrigadas a inalar a fumaça, tornando-se, portanto,
fumantes passivas.
Não fume no
ambiente de trabalho
Algumas empresas
contam com espaços exclusivos para seus funcionários fumantes, porém, se a que
você trabalha não tem, o melhor a fazer
é evitar. Fumar um cigarro apenas já afeta o hábito, deixa o cheiro na
roupa e contribui para uma imagem nada profissional.
Ser fumante passivo,
às vezes, pode ser uma escolha. Por isso, se puder, faça sua parte para evitar a convivência com quem fuma. No
trabalho ou em casa, lembre-se de que é uma questão de autocuidado e
preservação da saúde. Alerte também as pessoas ao seu redor que você não quer
inalar a fumaça e, sempre que possível, aconselhe-as a parar de fumar.
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Conteúdo revisado pela equipe de Medicina Preventiva da Unimed Campinas.