O transtorno
bipolar é uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca 45 milhões de pessoas convivem com
essa condição, que pode causar mudanças de humor e comportamento.
Essas variações
vão desde momentos de euforia e impulsividade até períodos de tristeza profunda
e desânimo.
Apesar de ser
uma condição crônica, o transtorno bipolar pode ser tratado e controlado,
permitindo que a pessoa tenha uma vida equilibrada. Nesse artigo, você vai
entender melhor o que é o transtorno bipolar, seus principais tipos, sintomas e
formas de tratamento.
O transtorno
bipolar é um transtorno de humor crônico que provoca mudanças extremas na
energia, no humor e na capacidade de realizar atividades do dia a dia. Essas
variações acontecem em ciclos e podem durar dias, semanas ou até meses.
Essa mudança de
humor pode ser classificada como maníaca, hipomaníaca ou depressiva, dependendo
da gravidade dos sintomas.
Enquanto nos
episódios maníacos a pessoa pode se sentir extremamente confiante e cheia de
energia, nos episódios depressivos, ela pode enfrentar
tristeza profunda e falta de motivação.
Existem
diferentes formas de manifestação do transtorno bipolar. Os principais tipos
são:
TIPO I: EPISÓDIOS MANÍACOS COMPLETOS, COM OU SEM EPISÓDIOS DEPRESSIVOS
Nesse caso, a
pessoa tem pelo menos um episódio maníaco intenso, que pode ser tão forte a
ponto de causar um impacto significativo na vida social, profissional e
pessoal, como tomar decisões impulsivas no trabalho, investir grandes quantias
em projetos de alto risco, ou até mesmo ter comportamentos arriscados em
relacionamentos pessoais.
Muitas vezes,
esses episódios precisam de hospitalização.
TIPO II: EPISÓDIOS HIPOMANÍACOS E EPISÓDIOS DEPRESSIVOS
No transtorno
bipolar tipo II, os episódios de euforia são chamados de hipomania, ou seja,
são menos intensos do que a mania do tipo I.
Mesmo assim, há
mudanças perceptíveis no humor e no comportamento como um aumento na energia e
na produtividade, mas sem alcançar os níveis
extremos da mania.
Além disso, os
episódios depressivos costumam ser mais frequentes e duradouros, podendo causar
impacto significativo na qualidade de vida da pessoa, dificultando o desempenho
em atividades diárias e relações interpessoais.
CICLOTIMIA: OSCILAÇÕES DE HUMOR MENOS INTENSAS
A ciclotimia é
uma forma mais leve e crônica do transtorno bipolar. As mudanças de humor
ocorrem de forma menos intensa e não preenchem todos os critérios para os tipos
I ou II.
Mesmo assim,
podem afetar a qualidade de vida e o bem-estar da pessoa, já que as oscilações
de humor, embora mais sutis, ainda geram um padrão de instabilidade emocional.
Isso pode
resultar em sentimentos de frustração e cansaço, já que a pessoa não
experimenta períodos prolongados de estabilidade emocional, o que pode impactar
seu desempenho no trabalho, na escola e até nas relações pessoais.
Os sintomas
variam conforme a fase do transtorno. Veja a seguir, as diferenças entre os
episódios maníacos, hipomaníacos e depressivos:
DURANTE EPISÓDIOS MANÍACOS OU HIPOMANÍACOS
Durante os episódios maníacos
ou hipomaníacos, a pessoa pode apresentar uma série de comportamentos notáveis,
como:
● agitação
e impulsividade;
● autoestima
elevada ou sensação de grandeza;
● redução
da necessidade de sono;
● pensamentos
acelerados;
● aumento
da energia e da produtividade;
● falar
mais do que o habitual;
●
tomada de decisões impulsivas e arriscadas.
DURANTE EPISÓDIOS DEPRESSIVOS
Já durante os episódios
depressivos, os sintomas podem ser profundamente impactantes, como:
● tristeza
profunda;
● falta
de interesse por atividades que gostava antes;
● fadiga
e falta de energia;
● baixa
autoestima;
● alterações
no apetite e no sono;
● dificuldade
de concentração;
●
pensamentos suicidas;
Os episódios
podem durar dias, semanas ou meses e causar impacto na vida da pessoa e de quem
convive com ela.
Cada pessoa
responde de maneira única ao tratamento, mas a combinação de medicação, terapia
e mudanças no estilo de vida ajuda na estabilização do humor. A seguir, confira
as principais opções de tratamento e diagnóstico:
MEDICAÇÃO PARA ESTABILIZAÇÃO DO HUMOR
O tratamento medicamentoso é a base do controle
do transtorno bipolar. Estabilizadores de humor, como o lítio, são
frequentemente prescritos para reduzir as oscilações entre episódios maníacos e
depressivos.
Em alguns
casos, antidepressivos (usados com cautela para evitar a indução de mania) e
antipsicóticos atípicos podem ser incorporados ao plano terapêutico para
sintomas específicos.
PSICOTERAPIA
A psicoterapia
pode ajudar o paciente a identificar gatilhos emocionais, modificar padrões de
pensamento distorcidos e a criar estratégias para lidar com as variações de
humor.
Além disso, a
terapia familiar ou a psicoeducação, também podem ser úteis para fortalecer a
rede de apoio e promover uma melhor compreensão do transtorno.
ESTILO DE VIDA
EQUILIBRADO
Ter uma rotina
regular de sono, uma alimentação balanceada e praticar atividade física são hábitos que
contribuem para a estabilidade emocional.
Evitar álcool e drogas também é importante,
pois essas substâncias podem interferir nos medicamentos e agravar os sintomas.
ACOMPANHAMENTO MÉDICO
Consultas com o
psiquiatra permitem ajustes no tratamento conforme a evolução do paciente,
prevenindo recaídas e otimizando a resposta terapêutica.
O acompanhamento médico também inclui exames
periódicos (como os de nível de lítio no sangue) e avaliações para detectar
possíveis efeitos colaterais dos medicamentos.
O caminho para
o equilíbrio começa com o autoconhecimento, ter um diário pode ser uma
ferramenta nesse processo de auto-observação, permitindo que você detecte
padrões e antecipe possíveis crises antes que elas se intensifiquem.
Além disso, uma
rotina bem estruturada, com horários regulares para dormir, se alimentar e
praticar atividades físicas, são como uma âncora para o humor. O sono incorreto pode ser um gatilho para
episódios de mania, da mesma forma, a alimentação equilibrada e o exercício
físico contribuem para o equilíbrio químico do cérebro.
Ademais, ter
uma rede de apoio com familiares compreensivos, amigos próximos ou grupos de
apoio, cria um sistema de segurança emocional para os momentos mais difíceis.
Reconhecer
quando é hora de buscar ajuda profissional extra é um ato de sabedoria, não de
fraqueza. O acompanhamento psiquiátrico regular permite
ajustes precisos no tratamento, enquanto o suporte psicológico oferece um
espaço seguro para trabalhar as emoções.
Lembre-se, o
transtorno bipolar não define quem você é. Com os cuidados certos, é possível
ter uma vida equilibrada.
Como você pode perceber, a psicoterapia é uma grande aliada no tratamento do transtorno bipolar. Quer entender melhor como uma das linhas de psicoterapia funciona? Leia nosso artigo sobre Terapia Cognitivo-Comportamental e veja como ela pode ajudar você a lidar com os desafios do dia a dia com mais equilíbrio e clareza!