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Puerpério: entenda o que acontece no corpo e na mente após o parto

Em colaboração com: Roberta Santos | Enfermeira Obstetra

Viver com Saúde

Puerpério: entenda o que acontece no corpo e na mente após o parto

A maternidade é repleta de descobertas. Afinal, ela marca a chegada de uma criança e de uma mãe ao mundo. Após o parto, é preciso adaptar-se a uma nova realidade, com diversas mudanças físicas, psicológicas e sociais. Esse período, chamado de puerpério, é marcado por vários questionamentos internos sobre como ser mãe, além de emoções à flor da pele e mudanças de humor. 

Você sabe quando começa e termina essa fase? E o que fazer para lidar com esses sentimentos? Calma, estamos aqui para ajudar! Para isso, conversamos com a enfermeira obstetra da Unimed Campinas, Roberta Aparecida de Souza Santos. Acompanhe!

O que é o puerpério?

Durante a gestação, os pais fazem vários planos na expectativa do nascimento do bebê. No entanto, é preciso destacar que a chegada da criança está diretamente associada à chegada de uma mãe. E quais são os planos e adaptações para tornar mais empática e acolhedora a chegada dessa mãe? Na maioria das vezes, esse acontecimento é negligenciado, o que é prejudicial à mãe e ao bebê.

O período de 45 a 60 dias após o nascimento do bebê é chamado de puerpério, sendo popularmente conhecido como “resguardo”. Ele é caracterizado por mudanças físicas, hormonais e psicológicas no corpo da mãe para que ele retorne à forma anterior à gestação. Essas mudanças contribuem para o aumento da insegurança da mãe em relação aos cuidados do bebê. Por isso, é essencial que a mãe seja acompanhada pela família e por profissionais.

De acordo com a enfermeira obstetra da Unimed Campinas, o início do puerpério é marcado pela dequitação da placenta — quando, após o nascimento do bebê, o útero se contrai para a saída da placenta.

“Essa fase é extremamente intensa porque, antes, todos os cuidados relacionados ao bebê eram aplicados à gestante. Depois do parto, todos os olhos vão, literalmente, para o bebê. Mas é preciso olhar também para a mãe e fortalecer a rede de apoio”, destaca.

O que acontece no organismo da mulher no pós-parto?

Normalmente, o puerpério dura, em média, de 45 a 60 dias. Contudo, esse período pode ser maior para as mães que optam por amamentar por mais de 6 meses. Não existe um dia exato para o puerpério acontecer, mas ele pode ocorrer em três fases diferentes durante os primeiros 60 dias após o parto. Confira:

        imediato: do 1º ao 10º dia do pós-parto;

        tardio: do 11º ao 42º dia do pós-parto;

        remoto: a partir do 43º dia do pós-parto.

“É uma avalanche de emoções associada à flutuação de hormônios e mudanças sociais, como a privação de sono e a aceitação do novo. É um choro que vem do nada, uma melancolia que a mãe não entende, uma sensação de solidão mesmo quando se está rodeada de pessoas, algo que ela não tem controle”, exemplifica a enfermeira obstetra Roberta Aparecida.

Os sintomas geralmente aparecem após o parto, atingem o pico e tendem a desaparecer por volta de duas semanas. Normalmente, o puerpério não requer um tratamento clínico, mas as mães devem ser a prioridade nesse momento. Elas devem receber amparo, conforto e segurança de sua rede de apoio.

Sintomas do puerpério

A chegada de uma criança e, consequentemente, de uma mãe, vem acompanhada de muitas perguntas. Como amamentar? Como lidar com a sociedade? Como cuidar do corpo e da mente? É uma verdadeira explosão de questionamentos!

Com isso, o psicológico é uma das áreas mais afetadas, com sintomas como esgotamento, cansaço, vontade de chorar sem motivo, falta de libido, alterações de humor e muito mais. Os sintomas biológicos também podem ocorrer, como mamas duras, cólicas, sangramento vaginal e barriga inchada. 

Existem diversos tratamentos para tornar esse período mais leve e minimizar os sintomas. Porém, é preciso observar se o puerpério está dentro do limite de dias (45 a 60 dias) ou se está acontecendo por mais tempo. Nessas situações, a mãe pode estar passando por uma depressão perinatal ou Baby Blues. Em ambas, ela precisa de um acompanhamento psicológico e psiquiátrico.

Baby blues

Trata-se de uma condição marcada por estados melancólicos e regressivos, como sensibilidade emocional, choro sem motivo aparente, insegurança, ansiedade, mudanças de humor, irritabilidade, apatia e insônia.

Depressão perinatal

Antes chamada de depressão pós-parto, a depressão perinatal tem sintomas semelhantes ao Baby Blues, mas de forma profunda, intensa e duradoura. O episódio pode ocorrer devido a fatores como falta de uma rede de apoio, estresse durante a gravidez, problemas de relacionamento ou outros transtornos emocionais, como a ansiedade e a depressão.

Uma mãe com depressão perinatal apresenta sintomas como sentimento de culpa, vontade de chorar incontrolável ou constante, perda ou excesso de apetite, tristeza, falta de esperança, preocupação excessiva com o bebê ou desinteresse e até incapacidade de cuidar da criança.

Como aliviar os sintomas dessa fase?

A preparação para o puerpério deve começar ainda na gravidez. A responsabilidade de cuidar de uma vida é grande, mas você não precisa estar sozinha nessa missão. Por isso, cerque-se de pessoas que pensem positivo, a incentivam, estejam dispostas a colaborar de alguma forma e recuperam as suas energias.

Além de contar com uma rede de apoio, existem atividades que previnem e minimizam os sintomas do puerpério. Veja a seguir.

Rotina equilibrada

A principal atividade da rotina nesse período é o mantra: “Não se culpe e viva um dia de cada vez”. É claro que a mãe quer dar o melhor de si, mas isso não significa que ela é a Mulher-Maravilha e dará conta de tudo. É preciso reconhecer isso e aceitar ajuda.

A mãe precisa estabelecer um tempo para o bebê e um tempo para si. Seguir a lógica da recomendação de segurança de avião é uma forma de trabalhar a mente para isso: “coloque a máscara em você e apenas depois ajude pessoas com dificuldades”. Por isso, dedique um tempo para um hobby e não negligencie sua alimentação — o acompanhamento nutricional auxilia bastante nessa fase.

Atividade física em prol da saúde mental

Equilibrar o corpo e a mente é o melhor caminho para recuperar e manter a saúde mental. Por meio da prática de uma atividade física, a mãe vai se sentir mais disposta e confiante. Para isso, é preciso ter um acompanhamento profissional seguindo todas as suas limitações médicas para esse período. Em geral, atividades como pilates, yoga e meditação são muito benéficas para o bem-estar.

Terapia e grupos de apoio

Dividir as dores é a solução mais recomendada para esse período. Conversar com outras mães que estão passando pela mesma situação, por exemplo, é uma forma de aliviar o peso, aprender e ensinar experiências, além do amparo social. 

Não deixe de compartilhar seus medos e angústias, seja com o (a) parceiro (a), em grupos de apoio ou com um profissional especializado, como um psicólogo. As redes sociais contam com várias opções, como os grupos Mães Amigas e o Matrice. Já as beneficiárias da Unimed Campinas podem contar com o Clube da Gestante.

Como você viu, gerar uma vida traz mudanças físicas, químicas e psicológicas para a mãe. No entanto, existe um período e um grau de intensidade aceitável para esse período, que dura até os 45 ou 60 dias após o nascimento da criança. Os sintomas devem ser acompanhados tanto pela família quanto por um profissional para não evoluir para um quadro mais grave, como a depressão perinatal. Por isso, no puerpério, o acolhimento e carinho com a mãe é tão importante quanto a admiração que é dada ao bebê. 

Gostou do texto? Então, que tal aprender mais? Entenda o que é saúde preventiva e qual a sua importância!

Conteúdo revisado pelo Conselho Técnico da Unimed Campinas. 


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