Embora seja o tipo de câncer
mais comum no Brasil e o segundo mais frequente no mundo, o câncer de pele
ainda levanta muitas dúvidas e é cercado por desinformação. Conhecer o assunto
é essencial tanto para prevenir quanto para identificar precocemente a doença,
o que aumenta significativamente as chances de cura.
Neste
artigo, você vai entender tudo sobre o câncer de pele: os tipos mais comuns, os
principais sinais de alerta, os fatores de risco e, claro, dicas práticas de
prevenção para proteger a sua saúde no dia a dia. Boa leitura!
PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCER DE PELE
Existem diferentes tipos de câncer de pele e cada um
apresenta características, níveis de agressividade e formas de tratamento
específicas. Conhecer essas variações é muito importante para entender os
riscos e reconhecer os sinais que merecem atenção.
CARCINOMA BASOCELULAR
Esse é mais comum entre os tipos de câncer de pele e, felizmente, tamém é o menos agressivo. Surge, geralmente, nas áreas expostas ao sol, como rosto, orelhas, pescoço e couro cabeludo.
O carcinoma basocelular aparece como uma ferida que não
cicatriza, uma mancha avermelhada ou um nódulo brilhante. Costuma crescer
lentamente e raramente se espalha para outras partes do corpo, mas pode causar
danos aos tecidos ao redor se não for tratado.
CARCINOMA ESPINOCELULAR
Mais agressivo que o anterior, o carcinoma espinocelular
também está relacionado à exposição solar e costuma surgir em regiões mais
expostas. Pode parecer uma ferida crostosa, uma verruga endurecida ou uma lesão
elevada. Embora tenha risco de se espalhar, causando metástase, o prognóstico
costuma ser muito bom quando diagnosticado precocemente.
MELANOMA
Sua agressividade está diretamente relacionada ao seu alto
potencial de se espalhar para outros órgãos, o que torna o diagnóstico precoce essencial.
PRINCIPAIS CAUSAS E FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE PELE
O câncer de pele é causado principalmente por danos às células da pele, geralmente provocados pela exposição excessiva à radiação ultravioleta. Esse dano pode levar a mutações no DNA das células, desencadeando o desenvolvimento de tumores.
Entenda os principais causadores e fatores de risco associados
ao câncer de pele:
EXPOSIÇÃO SOLAR EXCESSIVA SEM PROTEÇÃO
A radiação UV do sol é a principal responsável pelos danos
que levam ao câncer de pele. Pessoas que se expõem ao sol por longos períodos,
especialmente nos horários de maior intensidade solar (entre 10h e 16h) e sem o
uso de protetor solar, chapéus ou roupas apropriadas, correm mais risco.
USO DE CÂMARAS DE BRONZEAMENTO ARTIFICIAL
O bronzeamento artificial também emite radiação UV e, por
isso, está associado a um aumento significativo no risco de câncer de pele,
principalmente do tipo melanoma. Por esse motivo, seu uso é proibido em
diversos países, inclusive no Brasil.
PELE, OLHOS E CABELOS CLAROS
Pessoas de pele clara, olhos azuis ou verdes e cabelos
loiros ou ruivos possuem menos melanina (pigmento natural que ajuda a proteger
a pele dos efeitos do sol). Isso as torna mais vulneráveis aos danos causados
pela radiação UV.
HISTÓRICO FAMILIAR OU PESSOAL DA DOENÇA
Quem já teve câncer de pele ou tem familiares próximos
diagnosticados com a doença deve redobrar a atenção. A predisposição genética
pode influenciar o risco de desenvolvimento de certos tipos de câncer de pele,
especialmente o melanoma.
IDADE AVANÇADA
Embora o câncer de pele possa ocorrer em qualquer idade, ele
é mais comum em pessoas com mais de 50 anos, o que é um reflexo da exposição
solar acumulada ao longo da vida.
SISTEMA IMUNOLÓGICO ENFRAQUECIDO
Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como
transplantados, portadores de HIV ou pacientes em tratamento com
imunossupressores, apresentam maior risco de desenvolver formas mais agressivas
da doença.
PRESENÇA DE MUITAS PINTAS OU SINAIS IRREGULARES
Quem tem muitas pintas ou lesões pigmentadas na pele deve
ficar atento a qualquer alteração de cor, formato, borda ou tamanho,
especialmente caso haja histórico familiar de melanoma.
SINAIS DE ALERTA PARA O CÂNCER DE
PELE
Um dos maiores desafios no combate ao câncer de pele é o
fato de que, em muitos casos, ele começa de forma silenciosa, como uma
manchinha, pinta ou ferida que parecem inofensivas. Por isso, estar atento aos
sinais que a pele emite e muito importante para um diagnóstico precoce e
eficaz.
Os principais sinais que podem indicar a presença do câncer
de pele são:
feridas que não cicatrizam;
manchas ou nódulos na pele;
pintas que mudam de aparência, seja na cor, no tamanho, na
espessura ou no formato;
lesões com bordas irregulares e coloração desigual.
CONHEÇA A REGRA DO ABCDE
Essa é uma forma simples de avaliar pintas suspeitas,
visando identificar melanomas o mais rápido possível:
●
Assimetria:
uma metade da pinta é diferente da outra.
●
Bordas:
irregulares, mal definidas ou serrilhadas.
●
Cor:
variações de cor dentro da mesma pinta.
●
Diâmetro:
maior que 6 mm (aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis).
●
Evolução:
qualquer mudança no tamanho, formato, cor ou sintomas como coceira ou
sangramento.
Se uma pinta ou mancha apresentar uma ou mais dessas
características, é fundamental procurar um dermatologista.
DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE PELE
O diagnóstico precoce do câncer de pele é fundamental para
aumentar as chances de cura e reduzir a necessidade de tratamentos mais
invasivos. Felizmente, a pele é um órgão visível, o que permite identificar
alterações suspeitas com mais facilidade, desde que haja atenção e o
acompanhamento médico adequado.
EXAME CLÍNICO COM O DERMATOLOGISTA
O primeiro passo para o diagnóstico do câncer de pele é a
avaliação clínica. Durante a consulta, o dermatologista examina cuidadosamente
a pele do paciente em busca de lesões suspeitas. Ele irá observar pintas,
manchas e feridas com atenção a tamanho, formato, cor, textura e evolução no
tempo.
DERMATOSCOPIA
Se houver dúvida sobre uma lesão, o médico pode utilizar a
dermatoscopia, um exame não invasivo feito com um aparelho chamado
dermatoscópio, uma espécie de lente de aumento com iluminação especial que
permite visualizar estruturas internas da pele não visíveis a olho nu. Esse
exame ajuda a diferenciar lesões benignas de malignas com maior precisão.
BIÓPSIA DA PELE
Caso a lesão seja suspeita, o passo seguinte é a realização
de uma biópsia, que consiste na retirada de uma pequena amostra da pele (ou da
lesão completa) para análise em laboratório. O patologista examina o tecido ao
microscópio para confirmar se há células cancerígenas e identificar o tipo
específico de câncer de pele.
EXAMES COMPLEMENTARES
Nos casos mais avançados, especialmente quando há suspeita de que o câncer se espalhou para outros órgãos, podem ser solicitados exames complementares, como tomografia, ressonância magnética ou exames de sangue. No entanto, a grande maioria dos diagnósticos ocorre ainda em estágios iniciais, especialmente quando há vigilância adequada.
Tendo tudo isso em vista, fazer consultas dermatológicas
regulares e observar mudanças na pele são atitudes simples que podem salvar
vidas! Ao menor sinal de alteração, não hesite em procurar um especialista.
TRATAMENTOS PARA O CÂNCER DE PELE
O tratamento do câncer de pele depende de diversos fatores,
como o tipo do tumor, seu tamanho, localização, profundidade e se houve ou não
disseminação para outras partes do corpo. A boa notícia é que, na maioria dos
casos, especialmente quando diagnosticado precocemente, ele pode ser tratado
com sucesso e de forma minimamente invasiva.
CIRURGIA
É o tratamento mais comum e eficaz para a maioria dos casos.
Consiste na remoção completa da lesão cancerígena com uma margem de segurança
ao redor para evitar que o tumor volte. Em casos mais complexos, pode ser
necessária uma cirurgia mais ampla, com reconstrução da área afetada.
CRIOTERAPIA
Consiste na destruição do tecido cancerígeno por meio de
congelamento com nitrogênio líquido. É mais utilizada em casos de lesões
superficiais ou pré-cancerosas, como a ceratose actínica.
RADIOTERAPIA
Indicada para casos em que a cirurgia não é viável ou para
pacientes com limitações clínicas. Utiliza radiação para destruir as células
tumorais, sendo mais comum em tumores localizados em regiões de difícil acesso
cirúrgico ou em pacientes idosos.
QUIMIOTERAPIA
IMUNOTERAPIA
A escolha do tratamento é individualizada e deve ser
definida por um médico especialista, levando em conta as características do
paciente e do tumor. O acompanhamento pós-tratamento também é fundamental para
prevenir recidivas e monitorar a saúde da pele como um todo.
COMO PREVENIR O CÂNCER DE PELE
Quando se fala em câncer de pele, a prevenção é, sem dúvida,
a melhor forma de cuidado. Como a maior parte dos casos está relacionada à
exposição solar, hábitos simples no dia a dia podem fazer toda a diferença na
redução do risco.
Ap[22] esar
de levar o nome solar, esse item não é restrito à exposição ao sol. Na verdade,
ele deve ser utilizado sempre, independentemente do local ser aberto ou
fechado, de o dia estar ensolarado ou nublado e da estação (inverno ou verão).
Embora as nuvens possam passar a impressão de que estão escondendo o sol
temporariamente, elas não inibem seus efeitos na pele. Por fim, lembre-se que
as luzes artificiais, como as de escritório e até mesmo as que vêm da tela do
computador, também queimam a pele.
Uma boa escolha é aplicar o produto 30 minutos antes da
exposição (solar ou artificial), pois a pele vai absorvê-lo melhor. Refaça a
aplicação a cada duas horas de exposição ou após sair da água (mar ou piscina).
No rosto, utilize o comprimento dos dedos centrais da mão
para medir a quantidade de produto. Na hora de aplicar, faça uma linha
horizontal na testa e uma linha transversal nas bochechas, saindo de perto da
boca até a orelha e espalhe o produto em seguida.
EVITE EXPOSIÇÃO AO SOL NOS HORÁRIOS DE PICO
O sol em excesso é prejudicial à saúde, especialmente à pele e aos olhos — além de causar desidratação. Preste atenção nos horários críticos e nas temperaturas elevadas indicadas pela previsão do tempo.
BARREIRAS FÍSICAS CONTRA O SOL
Você sabia que a radiação refletida na areia também queima a pele? Só o protetor não é o suficiente para se proteger do sol. Quanto mais acessórios para bloquear o sol você tiver, melhor. Guarda-sol, roupas com proteção UV, chapéus, óculos e o que mais achar necessário são bem-vindos. Sempre que possível, dê preferência a lugares com sombra.
BRONZEAMENTO SAUDÁVEL
Você já deve saber que o bronzeamento artificial é muito prejudicial à saúde e deve ser descartado. As receitas caseiras e o conhecido “bronzeamento natural”, em que alguém fica horas exposta ao sol em um estabelecimento exclusivo para esse fim, também não são práticas adequadas. Além da possibilidade de queimar a pele, a pessoa pode desenvolver um câncer na região. Ficar na praia por muito tempo sem repor o protetor ou a hidratação também não é legal.
A solução é o bronzeamento saudável. Os autobronzeadores,
aplicados com uniformidade na pele em ambientes fechados, proporcionam uma
espécie de “maquiagem” na pele, deixando-a mais bonita e iluminada. Vale,
também, incluir frutas e legumes ricos em betacaroteno na dieta — como a
cenoura, a laranja e a beterraba.
IMUNIDADE
Praticar atividades físicas e ter uma boa alimentação são
alguns exemplos de cuidados importantes com o nosso organismo. Ter uma dieta
balanceada, rica em nutrientes, proteínas e vegetais é importante para que
possamos fazer nossas atividades diárias, além de prevenir doenças.
ATENÇÃO AO APARECIMENTO DE MANCHAS
Use os momentos do banho ou até de exposição ao sol para verificar a sua pele. Se você observar alguma alteração, como manchas de formatos assimétricos, pintas com bordas irregulares, feridas que não cicatrizam e texturas diferentes, consulte um dermatologista o mais breve possível. Somente um profissional poderá avaliar, diagnosticar e indicar um tratamento, caso seja necessário.